A minha memória é uma selva.
Arrogante, bruta, delicada, úmida.
Cheia – silhuetas de desordenados pirilampos.
Investigo o novo entre trovões e relâmpagos.
Salvo de escombros a seiva penumbra
onde a mente grávida e impaciente perde a dúvida.
Delírios de penetrantes devaneios seguro.
Enlouqueço em sutis horizontes perdidos
e finalmente vibro na invisibilidade do futuro.
Atravesso sombras
chapinhando na cola do caminho.
Rolo nas alfombras
só permitidas em pensamento.
Te vou amando de mansinho
no silêncio de castiçais…
me embrulhando em cristais
só acariciados pelo vento.